A busa de um consolo ,
que se transforma em missão

Conta a história que Milza, durante uma viagem ao Japão com o marido Hélio em maio de 1975 é surpreendida com o falecimento de sua irmã de sange, Vera, no dia 30 daquele mês, ao 49 anos, em função de complicações com a anestesia geral durante a realização de uma cirurgia de catarata e miopia. 

Ao retornar ao Brasil, não teve oportunidade de se despedir da irmã que já havia sido sepultada. Inconformada e triste, passou a sofrer de grande depressão.

Milza Leitão Camargo

era uma dona de casa, mãe de família, que ousou atender ao apelo de sua irmã Vera Cruz para assistir as crianças e pessoas necessitadas

Foi nesta ocasião que Rodolfol Mayer, amigo de seu esposo, à apresenta ao espiritismo. Em busca de consolo para si e seus familiares, passou a frequentar o Grupo da Prece em Uberaba (MG), onde conhece Francisco Cândido Xavier e passa a receber mensagens psicografadas da irmã, sendo a primeira no dia 5 de setembro de 1975.

Além disso, Milza se envolve com a obra social que Chico Xavier e passa a acompanhá-lo na peregrinação dos sábados à tarde, em que eram distribuídos alimentos para os necessitados de um bairro carente da cidade de Uberaba. Em uma dessas mensagens, Milza descobre sua verdadeira vocação: servir aos pobres.

Dessa experiência, nasce em Valinhos pelas mãos de Milza o trabalho “Pão dos Pobres de São Francisco”, onde realizava a distribuição de pães, leite, cestas básicas e natalinas na antiga Chácara do Urso, localiza na Rodovia dos Andradas (ligação entre Valinhos e Vinhedo), onde existiam muitas famílias carentes, crianças doentes e desnutridas.

Percebendo a grande demanda no atendimento a essas crianças e seus familiares, Milza passou a levar o atendimento para uma casa localizada à Rua Ana Leonizia A. Camargo, n° 65, próximo à Praça Washington Luiz, recebendo o nome ali de “Casa de Caridade Irmã Vera Cruz”.

Para ela era necessário ampliar o lugar, a fim de que os objetivos da Casa fossem atendidos. Assim iniciava-se a construção da sede própria, mediante suas finanças, doações de familiares, de amigos, empresas e comércio da cidade, rifas, bazares, concursos e demais atividades sociais, e muita, muita perseverança na busca de recursos financeiros para concluir a obra localizada a Rua José Von Zuben, no Bairro Santo Antônio, contando com 300m de construção, com várias dependências, dentre elas um gabinete dentário, uma sala para refeições, cozinha, sala para trabalhos manuais e escritório.

“A Casa de Caridade, quando estiver pronta, terá como finalidade dar alimentos às crianças necessitadas. Nós pretendemos tentar combater a desnutrição, ajudar as crianças que necessitam de cuidados médicos e dentários, e também tentar tirá-las da rua, ensinando-lhes trabalhos, tanto os meninos quanto as meninas”.

De fato, muitos trabalhadores, colaboradores e voluntários vieram para concretizar o trabalho de atendimento aos necessitados do corpo e do espírito. Centenas de crianças, desde bebês que recebiam enxovais completos e alimentação, filhos com seus pais faziam refeição (café da manhã e almoço), no refeitório, levando ainda cestas básicas, recebiam roupas, cobertores, atendimento médico, odontológico para as crianças. Ainda para as mães e demais mulheres da família, eram oferecidos cursos gratuitos de corte, costura e artesanato.

A Casa oferecia ainda cursos de computação e música para os jovens, além das aulas de Evangelização e de estudos da Doutrina Espírita para os interessados em conhecer o Evangelho de Jesus Segundo o Espiritismo e a imortalidade da alma.

Vera Cruz
Leitão Bertoni

era a caçula das cinco filhas (Nilce, Aparecida, Deusdedith e Milza) do casal Antônio Leitão e Ambrosina Teixeira Leitão.

Era humilde e alegre, resignada e esperançosa e sua fé era tão grande como o sol da primavera que derretia os gelos da dúvida nos corações alheios.” (6) Vera casou-se com Arnaldo Bertoni e teve um filho – Mauro Leitão Bertoni – que tinha 11 anos por ocasião de sua morte. Ao desencarnar, Vera Cruz foi recebida no Plano Espiritual pelo benfeitor Frei Fabiano de Cristo, segundo o comentário de Chico Xavier ao seu amigo Carlos Baccelli, após psicografar a primeira mensagem de Vera Cruz.(7)

Venha continuar
essa linda história com Milza e Vera Cruz!