
A palavra “vibração” e seus derivados são bastante empregados na linguagem espírita. Carlos Rizzini, em Evolução para o Terceiro Milênio, explica que matéria e energia são aspectos de uma mesma realidade. Podem parecer muito diferentes aos nossos sentidos, no plano das manifestações, mas em sua intimidade são muito afins – tanto que uma se transforma na outra, e vice-versa.
Raios diversos atravessam a nossa atmosfera em todas as direções e a todo instante. Nesse contexto físico, o cérebro surge como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual. É ainda considerado matéria – “matéria mental” – mas, segundo os nossos padrões, trata-se de uma matéria rarefeita que se comporta como energia.
Para compreendermos o sentido da palavra vibração, bem como sintonia, devemos inicialmente esclarecer que uma vibração é um movimento de vaivém, como executa o pêndulo de um relógio. Chama-se esse movimento de vibratório, e pode ser comparado a uma oscilação ou a uma pulsação, como nos descreve Rizzini.
As ondas, ao se deslocarem no espaço, executam esse tipo de movimento: a luz, por exemplo, não segue em frente sob a forma de um fluxo contínuo – como a água jorrando de uma torneira –, mas caminha executando movimentos internos de vaivém.
O movimento vibratório costuma ser caracterizado por duas medidas definidas:
Comprimento de onda, que é o espaço percorrido durante uma vibração completa;
Frequência, que é o número de vibrações por segundo.
Assim, uma radiação ou onda pode ser curta, longa, rápida ou lenta.
Quanto à sintonia, Rizzini informa que se trata da identidade ou harmonia vibratória, o melhor grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados. Estão em sintonia pessoas e espíritos que compartilham pensamentos, sentimentos e ideais semelhantes. Em outras palavras, a sintonia é uma expressão física de uma realidade mais profunda: a afinidade moral.
Disso decorre uma consequência fundamental: atraímos as mentes que possuem o mesmo padrão vibratório que o nosso, ou seja, que estão no mesmo nível moral. A comunicação interespiritual é controlada pelo grau de sintonia, que, por sua vez, decorre da afinidade moral.
(Texto da Revista Espiritismo e Ciência – Especial, nº 21, Editora Mythos, 2008.)